É um clichê do século 21: o
professor tem de trazer a tecnologia para a sala de aula. Mas como - e quando -
fazer isso? A doutora em educação Maria Elizabeth de Almeida, da PUC-SP
(Pontifícia Universidade Católica de São Paulo), procurou exemplos nas escolas
do país e constatou: as novas ferramentas são, de modo geral, mal utilizadas em
sala de aula.
"É preciso se perguntar por
que usar a tecnologia, o que não se conseguiria atingir sem elas", diz
Almeida. Isso quer dizer que não adianta fazer uma apresentação de slides e ler
as páginas em voz alta - seria o mesmo que fazer um cartaz.”.
Adriano Canabarro Teixeira,
professor da UPF (Universidade de Passo Fundo), dá sugestões de usos mais
"criativos": é possível criar programas de rádio e de vídeo, por
exemplo.Ou ainda, "com programas simples de apresentação de slides dá para
fazer exercícios interativos com as crianças". Quem tem pouco domínio das
ferramentas pode fazer parcerias com os alunos. "Não dá para competir com
as crianças. Elas dominam a tecnologia muito melhor que os professores. A saída
é abrir espaço para que contribuam", recomenda Teixeira.
Para evitar o "uso pelo
uso", o pesquisador da USP (Universidade de São Paulo) Adilson Citelli
recomenda usar o computador para ensinar conteúdos do currículo escolar. Teixeira
exemplifica: para discutir um conceito, os alunos podem fazer jornais, blogs,
programas de rádios, entre outros, explorando diferentes recursos.
"Há a expansão da escola
para além de seus muros, trazendo o que acontece no mundo para o interior da
escola e levando a escola para o mundo", lembra Almeida, da PUC-SP. Ela
opina que, assim, é possível integrar o currículo escolar com os acontecimentos
atuais, os problemas do cotidiano e a cibercultura para produzir um conhecimento
que leve à compreensão do mundo, dos fatos, da ciência e dos instrumentos
culturais e linguagens da sociedade contemporânea.