A rede social de cada um
( Zero Hora - Caderno Donna, 15/05/11)
Sejam
quais forem os perfis e interesses, o universo virtual oferece o infinito para
quem está conectado. O que a sua rede social diz sobre
você? A pergunta pode parecer anacrônica para quem ainda não descobriu o
universo de possibilidades oferecido pela tecnologia e pela internet. No
entanto, quem já tem uma personalidade online garante que a comunicação eficiente
não é mais possível sem as tais redes sociais, que a cada dia se apresentam
mais diversas, segmentadas e inovadoras. Estar conectado, hoje, é mais do que
simplesmente postar fotos ou manter um diário virtual.
Para entender o significado de
"estar conectado", é preciso, primeiro, corrigir a frase que abriu
este texto: ela tem que estar no plural. O avanço na tecnologia e o surgimento
de ferramentas e aplicativos estão acelerando o processo de segmentação do
gosto das pessoas pelas redes sociais. Isso quer dizer que não é mais preciso
escolher uma. Os conectados, hoje, estão em todas as redes que lhes interessam.
— Podemos estar em muitas redes,
sem problemas, pois atualizamos tudo rapidamente, por meio de poucas
plataformas. E acessamos informações de todas. Tudo é muito rápido e muito
junto. Acho que isso é uma característica do nosso tempo — afirma a analista de
Redes Sociais Anne Rech, que atua na construção e manutenção de perfis de
empresas na internet.
Em tempos de profusão de redes
sociais — em que há desde sites com o perfil profissional do indivíduo (o
Linkedin é o mais popular) até comunidades de apaixonados por receitas de
drinks (o Kooler) — uma delas se destaca pela capacidade de gerenciar muitas
outras. Cheio de ferramentas que permitem interagir em muitas instâncias
virtuais, o Facebook vem ganhando rapidinho a preferência dos internautas. Uma
pesquisa da consultoria ComScore mostra que entre os meses de dezembro de 2009
e 2010, o Face cresceu 258%, contra 28% de crescimento do Orkut. Esta ainda é a
rede mais acessada pelos brasileiros, mas o concorrente mostra que tem fôlego
para virar o jogo em pouco tempo.
A possibilidade de postar fotos,
fazer upload de vídeos, comentar e compartilhar informações interessantes e
ainda gerenciar contas em outras redes sociais, como o Twitter, é o que torna o
Facebook tão interessante, segundo a vice-presidente da Associação Brasileira
das Agências Digitais, Lívia Lampert. Ela afirma que essa capacidade de
aglutinar interesses já foi há muito percebida pelas empresas, que investem
para criar um perfil adequado no Facebook e fazer dele mais uma ferramenta de
negócio e comunicação com clientes e público.
Com tantas opções, um dos maiores
desafios diante da tela do computador (ou do i-Pad, ou do smartphone, ou, ou,
ou) é saber usar tudo o que a conexão oferece. Lívia comenta que as pessoas
estão começando a entender que a superexposição das intimidades cotidianas não
é o mais interessante, além de ser inconveniente para a própria imagem. Redes
sociais mais segmentadas, com o compartilhamento de informações específicas
para cada grupo de interesse, são a tendência.
Saber posicionar-se no universo
público da internet é um dos pilares para uma relação saudável com a
conectividade. O outro é aproveitar o que todo este aparato oferece de bom:
informação. Com a capacidade de escolha ampliada em milhares de vezes, o jeito
de informar-se muda a cada dia, com pessoas buscando somente aquilo que lhes
convém. Todo esse movimento, no entanto, pode ter outro lado.
— Corremos o risco da
superficialidade, pois dificilmente vamos na essência das coisas. Não
comentamos mais, não discutimos ou trocamos ideias sobre os assuntos que nos
dizem respeito. Apenas damos um RP ou curtimos. E já partimos para outra —
comenta Anne Rech.
Para ler a reportagem na íntegra, acesse:
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